Qual jogador de xadrez com sucesso pode dizer --Eu gosto é dos cavalos, vou jogar é com os cavalos -- e outro dizer --Jogar com os peões é que é bom--?
A complexidade do mundo nos exige intervenção com diligência em todos os campos, em todos os processos e de todos os modos.
Me parece que o Sec. XX foi, apesar de tudo, o século da ingenuidade, acreditar que educando as bases tudo se ia resolvendo aos poucos, com o tempo... As pessoas esquecem que o "inimigo" para além de atuar de baixo para cima atua também de cima para baixo, tendo vantagem galopante.
Ao mesmo tempo agradeço a clarividência do Fernando Nobre, Renato Epifânio, Rui Martins entre outros, que não se deixaram levar por essa falácia, mesmo que isso acarretasse incompreensões e dissabores.
Bem Hajam!
Paulo Pereira
2 comentários:
Caro Paulo
Pela parte que me toca, grato pelas tuas palavras.
Ainda no que me toca, é muito certeira essa referência ao xadrês. Durante um período da minha vida, antes de entrar na Universidade, fui, de resto, um jogador diário de xadrês - e cada vez mais reconheço a importância dessa experiência na minha formação. Para além do que dizes, o xadrês para mim foi, sobretudo, um treino da "arte da espera". Mais do que em qualquer outro jogo (julgo), no xadrês tanto se perde por defender em excesso ou em atacar em demasia (eu tinha a tendência para atacar em demasia, e por isso perdia sistematicamente). Daí a necessidade de um caminho do meio: de um caminho de espera, mas de espera activa, persistente, coerente...
Só assim chegaremos lá!
Abraço MIL
Gosto deste ditado alentejano:
Por cima de peras, vinho bebas
E bebas muito que elas nadem
Mas não bebas tanto
Que nade uma para cada canto.
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