Inspirado no modelo da "Universidade do Povo" (University of the People), lançado recentemente pela ONU – no essencial, trata-se de um sistema de ensino à distância através da Internet – o MIL propõe a criação da “Ciber Universidade da CPLP”, em que o ensino seria totalmente virtual, assim como os próprios órgãos administrativos da instituição. A iniciativa teria que brotar no seio da CPLP, com o beneplácito e acordo prévio dos ministérios da Educação de todos os países lusófonos, de forma a ultrapassar a maior barreira desta "Universidade do Povo" lançada pela ONU, que é a falta de reconhecimento dos seus graus académicos.
À semelhança da "Universidade do Povo", o propósito essencial seria o de levar um ensino de grau universitário a quem - por várias razões - não o pudesse sustentar. Como requisitos haveria: o domínio da língua portuguesa, a finalização do ensino secundário e o acesso à Internet.
Todos os meios de ensino seriam virtuais e não teriam que existir secretarias, escritórios centrais ou reitorias em edifícios de cimento e betão armado. Usar-se-iam apenas meios gratuitos ou open source como forma de minimizar os custos, havendo, contudo, a liberdade para o estabelecimento de parcerias com entidades privadas para o fornecimento de produtos e serviços a custos zero ou para a realização de contribuições regulares ou extraordinárias.
O essencial do ensino seria realizado através de "salas de conversação" seguras e de acesso reservado, com clientes de Instant Messaging padrão no mercado (como o Live Messenger da Microsoft ou o Yahoo Messenger), se estas empresas acedessem a colaborar nos custos de desenvolvimento e operação do projeto. Ou então, caso contrário, usar-se-iam clientes de open source, correndo em sistemas Linux, como o Caixa Mágica (português) ou o Connectiva (brasileiro).
Um dos pontos fulcrais para o sucesso desta ideia seria - para além do apoio da CPLP - a acessibilidade à Internet. Um dos seus aspectos, o terminal de acesso, poderia ser amplamente satisfeito pela utilização de netbooks como o Magalhães português ou um netbook de custo ainda mais baixo como o Aspire One. O custo de aquisição destes equipamentos seria suportado pelo próprio (com um preço especial, decorrente da economia de escala) ou subsidiado pelos governos ou empresas parceiras. O custo do acesso à Internet seria financiado ou através de parcerias com empresas de acesso à Internet a custos muito baixos e em troca do envio por mail de publicidade direccionada, ou subsidiada ou paga pelo próprio, em modelos que poderiam variar de país para país, conforme o modelo de sustentação económica disponível.
(ainda em fase de ponderação)
17 comentários:
Excelente sugestão!
Duas notas:
1) Seguindo o acordo ortográfico
http://www.abril.com.br/reforma-ortografica/Tabela_Hifen.pdf
dever-se-ia escrever
"Ciberuniversidade" sem receio, ou estilisticamente "CiberUniversidade".
Aceitando uma adjetivação do prefixo seria quando muito "Cíber" e não "Ciber".
2) Quem seria o proprietário dessa universidade? Quem a administraria?
Paulo Pereira
concordo que usemos o Acordo no texto e em todos os nossos textos.
Absolutamente de acordo, uma Universidade Aberta Lusófona sem custos para o estudante, soa-me muito agostiniano fundar universidades, não poderia estar mais de acordo.
Concordo, mas com matizes:
Acho que o projeto não devera tomar como base em exclusiva, nem incluir as siglas, da CPLP.
Além de assinar acordos com os ministérios de educação dos estados da CPLP, também se poderiam assinar acordos com universidades e/ou associações culturais ou da língua portuguesa dos países nos que se fala o nosso idioma e que não têm estado, assim não seria excluído nenhum território lusófono, nem no nome nem na estrutura.
Abraço
Algum outro país, que não Portugal ou Brasil, vai utilizar o Acordo?
O Acordo é secundário e irrelevante neste caso, seria discutir o sexo dos anjos, só daqui a uma ou duas gerações parecerá normal escrever português brasileiro em vez de português imperial.
Caros
O assunto em discussão não é o "Acordo Ortográfico". Discutamos apenas o assunto proposto. Se alguém quiser discutir o AO, ou outro qualquer assunto, escreva um post...
Abraço MIL
Excelente iniciativa.
Adiante, com a “Ciber Universidade da CPLP”, que já se faz tarde.
Ao trabalho amig@s!
Dou o meu total apoio a iniciativa, porém e para que isso seja possível de alcançar com facilidade, devem-se propor politicas que favoreçam as sinergias entre instituições que já tem formação a distancia como a UAp, a universidade aberta do Brasil e diversas instituições de ensino de outro tipo que já tem alguns serviços. Para que a universidade internacional lusófona parta do esforço de colaboração entre entidades que já andam a fazer algo nesse campo, e não seja uma difícil construção desde zero.
alexandre banhos
Concordo. Acho que a experiência da Universidade Aberta de Lisboa pode ser aproveitada.
Mario Chiapetto
Sobre o assunto duas questões:
1 . Concordo com as observações e sugestões do Sam e acrescento a sugestão para a criação de um curso interdisciplinar que verse: História (s), cultura(s) e património(s)lusófono (s).
2. Parece-me que qualquer projecto exige muito amadurecimento, muita ponderação e recursos financeiros. No entanto, deveremos desenvolver um PROJECTO: criando parcerias, equipas (professores, investigadores...), cativando instituições (universidades, empresas, fundações...), etc. Sem um programa concreto, não se pode passar à "acção". Só depois, sabemos dos meios necessários e da "oferta" dos cursos a leccionar. Mas, em meu entender, pelas razões já expostas, não podem ser excluídos os "cursos de Letras" . Não esquecer que os cursos de "ciências" exigem outro tipo de custos/financiamento...na minha opinião, serão mais difíceis de implementar.
Maria de Deus Manso
Mais opiniões chegadas:
1_ Estou inteirissimamente de acordo! Excelente ideia!
Abraço MIL,
J.P.Rodrigues
- Está ideia é sem dúvida muito interessante e será, claramente, mais uma forma de aproximação entre os povos que partilham a mesma língua. Faz todo o sentido avançarmos com este projecto. É particularmente importante, antes de se avançar, termos préviamente analisados. todo um conjunto de critérios para que nada falhe.
Mil abraços
Filipe Gomes
- Concordo, independentemente do formato. Considero a educação um dos motores do desenvolvimento e da erradicação da pobreza, senão o mais importante, donde há que começar! - os melhoramentos virão com as excelentes ideias e contributos de todos.
Abraço MIL
CCarreira
Caros colegas,
estou de acordo com as sugestões já apontadas.
Lembrei-me, ademais,que em tempo oportuno o MIL poderia saber mais do funcionamento da universidade instalada no interior do Ceará. De imedito, sabe-se que unirá Brasil e os países africanos de língua portuguesa. Entre outros questões que essa universidade poderá executar, creio que um ponto seja importante saber: poderá ser a responsável por fazer as equivalências de cursos entre Brasil/Portugal?
A universidade da CPLP, evidentemente, deve fazer elo com a universidade afro-brasileira.
LHS
Só uma observação
A UNILAB é uma Universidade para CPLP, não é apenas Afro-Brasileira. Espero que seja mesmo da CPLP.
Independentemente da liderança que o Brasil está a assumir nestas matérias, Portugal deveria assumir uma liderança. Em Portugal temos gente com vontade e capacidade de desenvolver projectos desta natureza. Não deveremos ir a reboque...
apoio.
Acho a ideia linda.
Agora despachemo=nos a po-la em pratica.
Comecamos pequenos e logo vamos crescendo.
Trazer os sonhos de Agostinho para o ano 2011!
Numa CiberUniversidade.
Eu posso ensinar Cozinha Natural, boa, bonita e barata, alem de Permacultura.
Coisas de mulheres para todos terem uma vida mais simples e mais feliz.
E voce sente-se capaz de ensinar o que?
As coisas que crescem devagar duram muito tempo e vao muito longe.
Abraco MIL muito sorridente :-)))
Uma idéia muito bem vista por mim e ,creio,por todos.
Qualquer instituição q/ favoreça o desenvolvimento da Educação e cultura para muitos,inclusive extensiva aqueles para quem o saber é uma utopia,tem que ser desenvolvido com carinho e ganhar a atenção de todos os governantes dos países de língua portuguesa.Imprescindível a participação de todos os Estados.
Simpática a idéia do ensino da História,cultura e patrimônio lusófono.Eu mesma tive q/ tomar um curso de História Portuguesa ai,em Portugal.
Que a idéia saia do papel rapidamente.
Saudações
Parece-me que o ensino à distãncia se torna mais "eficaz",nas áreas das Ciências Sociais e Humanas. Daí a minha sugestão....Mas, o conhecimento do passado histórico comum, também nos ajuda a fortalecer os laços na cooperação e na criação de projectos.
Maria de Deus Manso
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