O primeiro-ministro cabo-verdiano inicia segunda-feira uma visita de dois dias a Angola onde vai abordar o reforço das relações económicas entre os dois países e questões relativas à Comunidade de Países de Língua Portuguesa.
De acordo com o primeiro-ministro de Cabo Verde, José Maria Neves, a visita vai servir para o incremento das relações de cooperação entre os dois países e será uma oportunidade para discutir os projectos angolanos em Cabo Verde.
O Chefe do Governo lembrou que existem importantes investimentos angolanos em Cabo Verde nomeadamente na empresa de distribuição de combustíveis (ENACOL) e no domínio bancário (com a instalação do BAI Cabo Verde), mas também com projectos nas áreas das pescas e agricultura.
“Queremos alargar os investimentos e também identificar novos projectos, nomeadamente na área financeira e da hotelaria e turismo onde também há potencialidades importantes em Angola. Trataremos de questões importantes relativas ao desenvolvimento de investimentos de Angola em Cabo Verde, das parcerias que existem entre empresas cabo-verdianas e angolanas e da possibilidade de podermos realizar algumas investimentos em Angola”, disse.
Em relação à Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), o chefe do executivo admitiu que a questão da paz e estabilidade na Guiné-Bissau será um dos assuntos a ser discutido com as autoridades angolanas.
“Angola que preside à CPLP tem um papel fundamental na projecção da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa e tem no seu dossier toda a problemática da consolidação da paz e da democracia e do lançamento das bases do desenvolvimento da Guiné-Bissau. O próprio presidente José Eduardo dos Santos está profundamente empenhado na resolução dessa questão e é sempre bom estar em Angola e poder ver toda a dinâmica que este país quer imprimir a CPLP nos próximos dois anos”, explicou.
O chefe do Governo viaja para Angola acompanhado do ministro do Ambiente, Desenvolvimento Rural e Recursos Marinhos e do Secretário de Estado adjunto do Primeiro-ministro.
José Cassandra tomou posse como presidente do governo regional do Príncipe
José Cardoso Cassandra tomou hoje posse como presidente do governo regional da ilha do Príncipe para um mandato de três anos, juntamente com os três únicos secretários regionais.
Trata-se do segundo mandato consecutivo de José (Tozé) Cassandra que preside ao movimento União para a Democracia e Desenvolvimento (UMPP).
Para esta legislatura, José Cassandra optou por constituir um executivo reduzido de apenas três secretários regionais.
Infra-estrutura, Ordenamento do Território e Meio Ambiente, Assuntos Económico e Financeiro e a área Sócio Cultural constituem a actual estrutura governamental de José Cassandra.
Nestor Umbelina, que exerceu na última legislatura as funções de presidente da Assembleia Regional, passa agora a exercer as funções de secretário para Infra-estrutura, Ordenamento do Território e Meio ambiente.
Hélio Lavres, foi reconduzido nas pastas de Economia e Finanças, enquanto Natália Umbelina tomou posse no cargo de secretaria para a área sócio-cultural.
A cerimónia de investidura decorreu na cidade de Santo António e foi presidida pelo primeiro-ministro e chefe do governo, Patrice Trovoada.
Vice-primeiro-ministro não se demitiu, mas o cargo está à disposição de Xanana
O vice-primeiro-ministro, Mário Carrascalão, disse hoje que não pediu a resignação do cargo, embora tenha abandonado a última reunião do Conselho de Ministros, e que cabe ao primeiro-ministro, Xanana Gusmão, decidir se o exonera.
“Não pedi resignação nenhuma, nem enviei nenhum sms ao Presidente da República a pedir a resignação”, garantiu Mário Carrascalão.
O presidente do Parlamento Nacional, Fernando Lassama Araújo, em declarações que lhe são atribuídas pela imprensa timorense, solidarizou-se com Mário Carrascalão, afirmando compreender o seu pedido de resignação, alegadamente por sms, que o próprio afirma não ter apresentado.
“Se essa é a decisão que (Mário Carrascalão) queria tomar, eu respeito muito, porque é uma decisão tomada com sentido de responsabilidade”, comentou Fernando Lassama, segundo a imprensa timorense.
Mário Carrascalão diz que houve apenas “uma discussão quente, numa questão interna do Conselho de Ministros”, de cuja reunião saiu, colocando o lugar à disposição do primeiro-ministro, mas não foi a primeira vez que o fez.
“Eu não resignei. É uma questão interna que esteve na origem da discussão e se o primeiro-ministro entender que o meu estilo de administração complica, que tome as medidas que entender”, disse.
Quanto ao gesto do presidente do Parlamento Nacional, Mário Carrascalão reage dizendo que “o presidente do Parlamento foi atrás dos boatos e da montagem que foi criada para ver se (me) correm do governo”.
“Há um grupo muito interessado em que eu saia e que me quer provocar”, justifica o vice-primeiro-ministro responsável pelo combate à corrupção.
Em Fevereiro, Mário Carrascalão apresentou um plano para prevenir a corrupção que levou à descentralização dos contratos de aprovisionamento, até então concentrados num único Ministério, e à criação de um Secretariado Técnico de Aprovisionamento (STA), na sua dependência.
Parte da legislação então produzida foi parcialmente revogada na penúltima reunião do Conselho de Ministros, criando um regime transitório com o objectivo declarado de não atrasar a execução orçamental, com as regras que haviam sido criadas, até o STA estar em condições operacionais.
A revogação parcial dessas regras e o vazio legislativo criado levaram Mário Carrascalão a reagir, o que terá sido mal recebido no seio do Conselho de Ministros.
O vice-primeiro-ministro foi directamente responsabilizado pelos atrasos na execução orçamental, apesar do seu gabinete “apenas controlar 15 por cento de todos os projectos”, segundo justificou.
Fonte: Notícias Lusófonas