2. Convém recordar que a festa do 1º de Maio teve origem na chamada “Jornada dos Mártires de Chicago”, de 1/5/1886, na qual os trabalhadores americanos se bateram pela redução do horário de trabalho para 8 horas diárias ou 48 semanais. A repressão foi feroz e muitos morreram.
3. Porém, tal luta permanece atual, especialmente nestes tempos de crise, pois muitos trabalhadores continuam a laborar mais de 8 horas por dia ou são obrigados a fazer horas extraordinárias sem a devida retribuição (basta ir a um centro comercial), para além de outras formas de exploração, como continua ser a nojenta exploração do trabalho infantil, a que é urgente por cobro.
4. Também urge mais e melhor fiscalização das condições de trabalho, especialmente no que tange à higiene, saúde e segurança, sem esquecer as indispensáveis medidas de prevenção, tendentes a tirar Portugal da cauda da Europa no que respeita a acidentes de trabalho e a doenças profissionais, sem nunca olvidar a discriminação sexual e racial e o chamado assédio no trabalho, que não é apenas o sexual, mas que engloba também o “terrorismo psicológico” (reprimenda, desprezo, isolamento, desocupação, desqualificação, etc), em violação flagrante da dignidade de cada trabalhador(a).
5. Neste mundo cada vez mais globalizado, convém lembrar a todos, a começar pelo Governo, que o aumento da produtividade e da competitividade exigem soluções corajosas e rápidas, mas em concertação, começando pelo fim da chamada formação profissional dispersa e descoordenada e num melhor sistema educativo-profissional integrado, com novas escolas técnico-profissionais até ao nível universitário, não só para os jovens que vão entrar no mercado de trabalho, como para os trabalhadores em geral e até para os empresários, ensino este que poderia resultar de parcerias entre o Estado, os Municípios e as Associações Sindicais e Empresariais.
6. A situação de calamitoso desemprego a que o anterior e o atual governo conduziu o país, bem como o galopante aumento da pobreza, implicam soluções corajosas, que, para serem eficazes, devem ser tomadas em concertação social e, acima de tudo, urge fomentar o investimento, desde logo com incentivos fiscais. Mas, realisticamente, não me parece que o atual governo tenha credibilidade para isso e daí que o Presidente da República e as forças políticas principais têm de ousar tomar decisões, a fim do país não continuar a caminhar para o descalabro grego.
Existem ainda muitas “grilhetas” por quebrar, reais ou sofisticadas, neste mundo onde reina a exploração da mão-de-obra barata, ao mesmo tempo que alguns senhores gestores auferem remunerações escandalosas. Cabe aos homens livres, justos e de bons costumes pugnar pelo fim da chamada moderna escravatura.
VIVA O 1º de MAIO! - VIVAM OS TRABALHADORES PORTUGUESES!
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