Embora ambos os países partilhem uma “preocupação grande” pela situação na África Ocidental, Londres e Lisboa têm prioridades diferentes, admitiu João Gomes Cravinho, após uma reunião com a secretária de Estado para os Assuntos Africanos, Caraíbas, América Central e Nações Unidas, Baronesa Glenys Kinnock.
“O nosso enfoque tende a ser mais sobre a Guiné-Bissau, enquanto que o Reino Unido tende a olhar mais para a Serra Leoa”, disse à agência Lusa, na capital britânica.
Hoje, Cravinho voltou a insistir na necessidade de uma “abordagem comum, partilhada, coerente porque as dinâmicas da região afectam todos os países da região”.
O secretário de Estado diz ter sentido que houve um avanço nesse sentido e também na ideia da realização de uma “reunião informal para procurar estabelecer um enquadramento comum que permita trabalhar de “acordo com objetivos comuns”.
“O nosso objectivo é utilizar os recursos políticos, diplomáticos e económicos de dois países importantes para a região, como é o caso de Portugal e Reino Unido”, disse, existindo a intenção de envolver outros, como França, Espanha, Bélgica.
Narcotráfico, tráfico de armas, instabilidades nos países, ligações com alguns movimentos terroristas que estão no Sahel, no norte do Mali e no norte do Níger e na Mauritânia são alguns dos problemas identificados.
“Isto tudo dá um enquadramento altamente preocupante sendo que estamos a falar de uma região já muito próxima da União Europeia”, enfatizou.
A Guiné-Bissau foi também assunto para uma “troca de impressões” com a Ann Taylor, secretária de Estado da Segurança e Defesa Internacional, nomeadamente sobre a coordenação entre a missão europeia e a missão das Nações Unidas no país.
Cravinho afirma que até agora esta tem sido “pouco satisfatória” porque cada uma das missões, a UNOGBIS e a PESD, tinham o seu mandato, “ignorando por completo o que o outro lado ia fazendo”.
O governo português defende um melhor diálogo sobre paz e segurança entre Nova Iorque e Bruxelas para sintonizar as duas missões.
“O mandato das Nações Unidas prevê um trabalho muito focalizado na formação da polícia, por conseguinte há bastante espaço para trabalho da UE na parte militar”, sustentou Gomes Cravinho.
Fonte: Notícias Lusófonas
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