Foi recentemente noticiado, por vários órgãos de comunicação social, que o grupo editorial Leya “destruíu dezenas de milhares de livros antigos de autores como Jorge de Sena, Vasco Graça Moura ou Eugénio de Andrade”.
Face a isso, o MIL não pode deixar de exprimir o maior repúdio por tal barbaridade. O caso é tanto mais grave porquanto, ainda segundo o que foi noticiado, “chegou a haver uma oferta para que os livros entretanto destruídos chegassem a Timor, mas o Ministério dos Negócios Estrangeiros ‘disse não ter dinheiro para o transporte’”.
Recordamos, a esse respeito, o teor de uma Petição que lançámos, entretanto subscrita por mais de 4 milhares de pessoas, e que já foi entregue na Assembleia da República:
PETIÇÃO MIL: “NÃO DESTRUAM OS LIVROS!”
Verificando-se que editoras nacionais estão a proceder à desativação comercial dos livros não esgotados mediante a sua destruição, e que esta hipótese é igualmente contemplada pela editora do Estado português, Imprensa Nacional - Casa da Moeda, o MIL: MOVIMENTO INTERNACIONAL LUSÓFONO considera isto um escandaloso crime de lesa-património, que vai fazer desaparecer muitos milhares de volumes preciosos da nossa cultura que, apesar do seu valor, não tiveram sucesso comercial junto do grande público.
Perante esta situação, o MIL apela a todos os cidadãos que assinem esta petição, exigindo que as editoras nacionais, e em particular a Imprensa Nacional - Casa da Moeda, não destruam as obras em questão, oferecendo-as antes às bibliotecas, escolas e centros culturais nacionais, aos leitorados de Português e departamentos onde se estude a Língua e a Cultura Portuguesas nas universidades estrangeiras, bem como às universidades e centros culturais dos países lusófonos. Para tanto, os Ministérios da Cultura, da Educação e dos Negócios Estrangeiros (este através do Instituto Camões), bem como a TAP AIR Portugal, devem-se articular com as Editoras na estratégia da distribuição e transporte dos livros a nível nacional e internacional.
Em vez de se destruir património precioso e insubstituível, esta é uma ótima oportunidade de se prestar um serviço à cultura e à educação nacionais, bem como de promover a cultura portuguesa no espaço lusófono e no mundo, tarefa por todos reconhecida como fundamental na qual o Estado não se tem empenhado devidamente.
PARA ASSINAR:
http://www.gopetition.com/online/28707.html
2 comentários:
Novas piras? Nazismo económico?
Renato, também sou adepto de oferecer livros às bibliotecas. Sobretudo, como alternativa à sua destruição.
O problema é que oferecer livros a certas bibliotecas é o mesmo que destrui-los.
Ora, nos primórdios da Canto Escuro, como gesto de gratidão pelos livros que requisitei na Biblioteca do Barreiro nos tempos idos e imberbes de adolescente, resolvi oferecer um exemplar de cada título a essa instituição.
Nunca os encontrei nas estantes. Pedi a vários amigos que averiguassem pelos ditos, que perguntassem aos funcionários de serviço por eles - e nem constavam na base de dados!
Agora que a Canto Escuro acabou, era uma boa oferecer o catálogo completo. Era, não era?
Abraço.
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