segunda-feira, 1 de março de 2010

O livro perde um amigo

José Mindlin era um grande amigo dos livros. O maior que conheci. Tinha paixão quase devocional pelos seus 40 mil volumes e recursos para adquiri-los. É, sem dúvida a maior coleção particular do Brasil, chamada de “Brasiliana”.
Ele possuía a 1ª edição dos Lusíadas e os originais de Sagarana, de Guimarães Rosa. Pesquisava nos “sebos”onde encontrou raridades desejada por todos os amantes da Literatura.
Seu mote era uma frase de Montaigne: “Não faço nada sem alegria”(“Je ne fait rien sans gayetè”).
Partiu aos 80 anos e deixou como legado uma vida dedicada à Literatura e sua imensa biblioteca oferecida à USP.
Graças a esse gesto ficará acessível para o público obras raras de literatura brasileira e portuguesa, estórias de viajantes, manuscritos históricos e literários, jornais, livros científicos colecionados desde a adolescência.
Advogado, Mindlin fundou a Metal Leve, mas, sua grande paixão sempre foi a Literatura.
Dizia que o amor pelos livros era um vírus incurável que ele pretendia inocular entre os mais jovens para que nunca perdessem o amor pela leitura.
Antes de morrer, apesar da fraqueza de visão devido aos seus 95 anos, releu seu favorito Proust e Balzac (minha paixão, também).
Publicou “Minha vida entre livros” e pertenceu à ABL.
Lamentamos a sua morte e nos perguntamos:
- Quantos Mindlin existirão por esse mundo?
Dá para contar nos dedos da mão direita, acho!

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