sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

No túmulo de Juana de Castro, irmã de Inês, louvor e simplificação de Galiza-a-própria, que não precisa de crescer

Ti diz: Galicia é ben pequena. Eu digoche: Galicia é un mundo. Cada terra é como si fora o mundo inteiro. Poderala andar en pouco tempo do Norte para o Sul, do Este para o Oeste noutro tanto; poderala volver andar outra vez e máis! nona has dar andado. E de cada vez que a andes, has atopar cousas novas e outras has botar de menos. Pode ela ser pequena en extensión; en fundura, en entidade, é tan grande como queiras, e dende logo, moito meirande de como ti a ves.? Non din os filósofos que o home é o 'microcosmos', o compendio, o resume do universo todo? Pra canto mais unha terra con todolos homes que nela viven, un pobo, que se cadra, é unha sorte de Adam Kadmon... Do grandor do teu esprito depende todo; canto máis pequeno sexa, mais terra precisará. Sí o teu pensar é fondo, a túa terra, pra ti, non terá cabo, nela estará o mundo todo con tódolos seus climas. Sí o teu pensar se detén na codía das cousas, non digas tampouco: Galícia é ben pequena; és ti, que endexamais poderás concebir nada grande.

Vicente Risco

6 comentários:

  1. Na imagem, um pormenor do túmulo de Juana de Castro, filha de D. Pedro de Castro, conde de Lemos, e irmã da nossa Inês. Foi forçada a casar com D. Pedro I, rei de Castela pelo partido galego e aliado dos Lencastres de Inglaterra na guerra que então se travava na Península e em França. O túmulo está na catedral de Santiago.

    Vicente Risco (1884-1963) foi um dos mais importantes escritores do nacionalismo 'neo-celta' galego. Se repararem, é a geração do nosso Pascoaes.

    Nestes tempos em que tudo parece passar pela construção de grandes potências mundiais, em que os 'falantes' se arregimentam pelas centenas de milhões como se fossem soldados não sei de que guerra, deixo aqui uma homenagem ao meu país de adopção, baluarte pequeno de um mundo simples que está a morrer.

    ResponderEliminar
  2. eu que conheço relativamente bem a galiza ouso dizer que não acredito que se desvaneça nem a língua nem os rios.rias nem os verdes nem os poetas nem um pouco sequer.

    abraço C.

    rendida aos seus textos.

    ResponderEliminar
  3. """"""Os bons e generosos
    a nossa voz entendem
    e com arroubo atendem
    o nosso ronco som,
    mas só os ignorantes
    e féridos e duros,
    imbecis e escuros
    não nos entendem, não.""""""

    .

    ResponderEliminar
  4. sendo "Galicia" a grafia do colonizador e "Galiza" o nome verdadeiro da coisa falada...

    ResponderEliminar
  5. olá Isabel, obrigado!

    Clavis, vai dizer isso ao Vicente Risco :)

    ResponderEliminar

CARO/A VISITANTE, CONTRIBUA NESTA DEMANDA. ACEITAREMOS TODOS OS COMENTÁRIOS, EXCEPTO
OS QUE EXCEDAM OS LIMITES DA CIVILIDADE.

ABRAÇO MIL.