terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Dezembro


Restauração da Independência, 1 de Dezembro de 1640, Painel de azulejos no átrio superior
do Palácio Galveias (Lisboa), Leopoldo Battistini,azulejos da Fábrica Constância


Possa seer esta, meu Duque, a derradeyra
carta a chegar-Vos assy, nocturna e breve:
que nom mais use da penna a mão que a 'screve
ate daar ao Reyno hum Rey, e a Patria inteira.

Possa seer esta, Senhor, a madrugada
que tantas noytes guardaamos a aguardar;
as pennas que a Portugal Deos faz pennar
releve-as Deos amanhan, e a minha espada.

E possa o nome de Rey ser-Vos merecido;
Rey com honra sereis so de um rreyno novo
onde a justiça e o alto fruto appetecido

da sciencia nom caiba aos deoses, mas a hum povo,
por guardardes Portugal n'este Mysterio:
nom seja nosso o proveito, mas o Imperio.


Casimiro Ceivães

2 comentários:

  1. Um belo poema para o dia de hoje

    Abraço MIL

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  2. Belíssimo poema neste dia em que recordamos a Restauração da Independência.

    Os novos Habsburg estão aí e temos de nos cuidar.

    Obrigado, Casimiro.

    Abraço MIL.

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