Estas são as cidades que Parsifal nunca viu, a brancura da neve não coroa reis e heróis no meio do lixo, o gelo guarda-se nas montanhas. Não há uma matriz, um mapa, um segredo antigo gravado na pedra. A única estirpe que se conhece por estas ruas sujas, de paredes pintadas, é a humana, nenhuma outra. E como estes miúdos de rua são heróicos, como erguem a sua alegria acima dos telhados partidos, como dançam por cima de toda a miséria em volta, sobre um chão partido...
K. N.
É claro que - e romantismos e bondades à parte - este «kuduro gigano» só foi possível porque ciganos e negros partilham os mesmos bairros de exclusão social, e fazem parte da população portuguesa no limite das margens de miséria e de abandono pelo Estado. Nem sei que novos híbridos nos oferecerá o futuro... mas estamos perante o parente pobre da globalização, aquela que nos oferece hamburgueres com «sabor» a Grécia, a Itália, etc, etc, e traveste todas as culturas étnicas de nenhuma.
ResponderEliminarUm famoso anúncio (restaurador Olex) durante o Estado Novo interrogava-se: «Um preto de cabeleira loira e um branco de carapinha?» - premonitório? Mas, muito honestamente, e apesar de tudo, prefiro o «kuduro cigano» a um hamburguer com «sabor» a Grécia.
Grande texto - post e comentário!
ResponderEliminarAbraço!