De acordo com a formulação jurídica em vigor na Galiza, o Galego (termo neutro) é a “língua própria da Galiza”. Isso mesmo é reconhecido no Estatuto da Autonomia. O facto transforma o Galego numa língua co-oficial (a par do castelhano) da Autonomia. O Galego não está contudo reduzido ao atual território da Autonomia, já que é língua corrente de algumas comarcas limítrofes nas Autonomias de Leão e Astúrias (a chamada “Galiza Exterior”), desanexadas à Galiza por Madrid no século XVIII e até, se considerarmos que Olivença ainda é terra de fala portuguesa, poderemos também encontrar aqui neste enclave ocupado por Espanha um derradeiro testemunho do português da Galiza. Estas comarcas pertencem pela História, pela Língua e pela Cultura à nação galega e como tal, o seu regresso à matricial entidade nacional galega é reclamado por muitos nacionalistas.
Foi em galaico-português que se escreveram, cantaram e declamaram as primeiras obras literárias em língua ibérica: a lírica trovadoresca medieval. Foi a lírica que estruturou aquela que na sua época era uma línguas românicas mais dinâmicas da Europa e que, nas palavras do professor Sílvio Elia1 torna a língua portuguesa da Galiza na “matriz do mundo linguístico luso-brasileiro”, uma irmã ainda bem viva – apesar de todos os atentados que hoje cometem contra ela – e que nos permite compreender como era a nossa língua portuguesa no momento da sua gestação, verdadeiro “tesouro vivo” que preserva no galego contemporâneo traços linguísticos, assim como na cultura popular e erudita, elementos indispensáveis à compreensão daquilo que Portugal hoje é e para onde caminha no futuro próximo e mais longínquo.
Existe um certo clima de incompreensão perante a obstinada recusa de Madrid a que a Galiza assuma a sua ligação umbilical lusófona. Essa teimosia remete-nos para os regimes de Franco e antes dele dos Bourbon com a sua política centralista e aglutinadora de todas as periferias de Espanha, mas hoje encontra um aliado de peso no PPdG (Partido Popular da Galiza), atualmente no poder. Esta política aglutinadora resulta de uma profunda insegurança, como se os espanholistas sentissem que a qualquer momento, o sentir mais profundo do povo galego se pode reassumir e derrubar aqueles que o pretendem submeter a um todo “espanhol” que de facto, existe apenas em Madrid e nos seus subúrbios... Se assim não fosse, pelo bruto medo de perder a Galiza para a independência ou para a re-união com Portugal (a tal “pátria sonhada” dos poetas), nada obstaria a que Espanha, seguindo aliás o seu próprio preceito constitucional, permitisse que a Galiza assumisse a ligação lusófona da sua língua, ou mesmo a designação oficial defendida por alguns reintegracionistas de “língua portuguesa da Galiza”. Nada a não ser o pavor da perda da Galiza. Nada a não o temor de que a ligação de Madrid à Galiza seja mais fraca que a ligação linguística e cultural da Galiza aos mais de 200 milhões de cidadãos lusófonos.
Foi em galaico-português que se escreveram, cantaram e declamaram as primeiras obras literárias em língua ibérica: a lírica trovadoresca medieval. Foi a lírica que estruturou aquela que na sua época era uma línguas românicas mais dinâmicas da Europa e que, nas palavras do professor Sílvio Elia1 torna a língua portuguesa da Galiza na “matriz do mundo linguístico luso-brasileiro”, uma irmã ainda bem viva – apesar de todos os atentados que hoje cometem contra ela – e que nos permite compreender como era a nossa língua portuguesa no momento da sua gestação, verdadeiro “tesouro vivo” que preserva no galego contemporâneo traços linguísticos, assim como na cultura popular e erudita, elementos indispensáveis à compreensão daquilo que Portugal hoje é e para onde caminha no futuro próximo e mais longínquo.
Existe um certo clima de incompreensão perante a obstinada recusa de Madrid a que a Galiza assuma a sua ligação umbilical lusófona. Essa teimosia remete-nos para os regimes de Franco e antes dele dos Bourbon com a sua política centralista e aglutinadora de todas as periferias de Espanha, mas hoje encontra um aliado de peso no PPdG (Partido Popular da Galiza), atualmente no poder. Esta política aglutinadora resulta de uma profunda insegurança, como se os espanholistas sentissem que a qualquer momento, o sentir mais profundo do povo galego se pode reassumir e derrubar aqueles que o pretendem submeter a um todo “espanhol” que de facto, existe apenas em Madrid e nos seus subúrbios... Se assim não fosse, pelo bruto medo de perder a Galiza para a independência ou para a re-união com Portugal (a tal “pátria sonhada” dos poetas), nada obstaria a que Espanha, seguindo aliás o seu próprio preceito constitucional, permitisse que a Galiza assumisse a ligação lusófona da sua língua, ou mesmo a designação oficial defendida por alguns reintegracionistas de “língua portuguesa da Galiza”. Nada a não ser o pavor da perda da Galiza. Nada a não o temor de que a ligação de Madrid à Galiza seja mais fraca que a ligação linguística e cultural da Galiza aos mais de 200 milhões de cidadãos lusófonos.
Para além de lapsos históricos e linguísticos, não concordo com 90% do que afirmas - mas hoje já não tenho tempo.
ResponderEliminarTalvez dedique um post a esta «questão galega», à «Portugaliza» e ao «Portugasil»...
Abraço MIL.
Bem, cá fico então à espera da lista dos lapsos...
ResponderEliminare dos 90%.
Não é uma lista; três tópicos bastam.
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